Capitulo XVII - Vol 4, pg 177-186
Sobre a Vida Cristã
Sobre a Vida Cristã
1. Introdução
[1539] Dispondo-me a descrever em que consiste a vida do cristão, sei que entro num assunto amplo e muito diversificado, que poderia encher um grande volume, se eu quisesse abranger tudo quanto contém. Sabemos muito bem como são prolixas as exortações dos doutores antigos quando tratam de alguma virtude específica. Não é que simplesmente os que exageram no falar tenham culpa disso, porque sobre qualquer virtude que se queira apreciar e recomendar é tal a abundância de material disponível que parecerá ao mestre que não discutiu bem o assunto se não consumiu nisso muitas palavras. Bem, não é minha intenção estender-me sobre a doutrina da vida cristã de que pretendo tratar apresentando detalhadamente cada virtude e fazendo de cada uma delas longas exortações. Isso pode ser encontrado em livros de outros autores, principalmente nas homilias ou sermões populares dos doutores antigos. Quanto a mim, considero suficiente mostrar certa ordem pela qual o cristão possa ser conduzido e dirigido à verdadeira meta que consiste em ordenar adequadamente a sua vida.
2. Método e limites
[1541] Eu me contentarei, pois, em apresentar uma breve regra geral que lhe sirva de parâmetro para orientar todas as suas ações. [1539] Talvez tenhamos ocasião de, noutra oportunidade, fazer deduções e aplicações como as que encontramos nos sermões dos doutores antigos. O trabalho que temos em mãos exige que exponhamos uma doutrina simples e clara dentro do menor espaço possível.
3. Comparação da filosofia com a Bíblia
Assim como os filósofos tratam de algumas finalidades da honestidade e da retidão das quais deduzem os deveres particulares e todas as ações próprias de cada virtude, assim também a Escritura tem sua maneira de agir neste assunto, maneira aliás muito melhor e mais certa que a dos filósofos. A única diferença é que eles, se sua ambição, exibiram a perspicuidade ou clareza mais notável que puderam, para que se vissem a ordem e a disposição empregadas por eles e assim mostrassem a sua perspicácia. Ao contrário, o Espírito Santo ensina sem exibida ostentação, e nem sempre nem estritamente observa alguma ordem e algum método. Todavia, quando ocasionalmente os emprega, significa que não os devemos despreza.
4. Divisão bíblica do assunto
Pois bem, a ordem da Escritura da qual falamos consiste de duas partes. Uma visa imprimir em nosso coração o amor pela justiça, para o qual por natureza não temos nenhuma inclinação. A outra visa dar-nos uma regra definida para que, seguindo-a, não fiquemos vagando sem rumo certo e não edifiquemos mal a nossa vida.
Quanto à primeira parte, a Escritura tem muitas razões excelentes para inclinar o nosso coração ao amor pela retidão. Temos feito menção de algumas dessas razões em diversos lugares da nossa obra, e tocaremos nalgumas outras aqui.
5. O padrão divino: santidade
Que fundamento seria melhor para começarmos do que admoestar-nos no sentido de que devemos ser santificados porque o nosso Deus é santo? Fortalecemos o argumento com a lembrança de que, havendo por assim dizer vivido espelhados como ovelhas desgarradas e dispersas pelo labirinto deste mundo, ele nos recolheu para juntar-nos a si. Ao sabermos que Deus promove esta sua união conosco, devemos lembrar que o laço desta união é a santidade. Não que pelo mérito da nossa santidade passemos a gozar da companhia ou da comunhão com o nosso Deus, visto que primeiro é preciso que nos acheguemos a ele para que ele derrame a santidade sobre nós, mas sim que, como não há nenhuma associação da sua glória com a iniqüidade e com a impureza, temos que nos assemelhar a ele porque lhe pertencemos.
Por isso a Escrituras nos ensina que esta é a finalidade da nossa vocação, finalidade à qual devemos estar sempre atentos, se queremos responder positivamente ao nosso Deus. Por que, de que valerá livrar-nos da impureza e da corrupção em que estávamos imersos, se o tempo todo ficamos querendo revolver-nos de novo nessa lama? Além disso, a Escritura nos admoesta no sentido de que, se desejamos estar na companhia do povo de Deus, temos que habilitar em Jerusalém, na sua santa cidade. Cidade que, como ele consagrou e dedicou à sua hora, também não é lícito que seja contaminada e corrompida por habitantes impuros e profanos. Daí decorrem sentenças como esta: “Que, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem h[a de morar no teu santo nome? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade” [Sl 15.1,2; 24.3; Is 35.8etc.; Rm 6.1-3,13,17-23].
6. Cristo, nosso Redentor e nosso Modelo
Acresce que, para nos despertar mais vivamente, a Escritura nos demonstra que, assim como Deus em Cristo nos reconciliou consigo, assim também ele o constituiu em exemplo e padrão ao qual devemos amoldar-nos. Que aqueles que consideram que somente os filósofos tratam devidamente da doutrina moral me mostrem em seus livros um método que seja tão bom como o que eu acabo de citar. Quando eles querem exortar-nos quanto podem à virtude, outra coisa não nos passam senão que vivamos como convém à natureza. Já a Escritura nos leva a uma fonte melhor de exortação, quando não somente nos ordena que reportemos toda a nossa vida a Deus, seu autor, mas, depois de nos ter advertido de que nos degeneramos em relação à verdadeira origem da nossa criação, acrescenta que Cristo, reconciliando-nos com Deus, seu Pai, nos é dado como um exemplo de inocência e cuja imagem deve ser representada em nosso viver. Que se poderia dizer com maior veemência e com maior eficácia? Que outra coisa mais se poderia desejar? Porque, se Deus nos adora como seus filhos, com a condição de que a imagem de Cristo se veja em nossa vida, se abandonarmos a justiça e a santidade, não somente estaremos abandonando o nosso Criador com a mais negligente deslealdade, mas também estaremos renunciando a ele como Salvador.
Por conseguinte, a Escritura toma tampo e espaço para nos exortar quanto a todos os benefícios que nos vêm de Deus e a todas as partes da nossa salvação, como quando diz: Visto que Deus nos é dado como Pai, mereceremos ser repreendidos por nossa grande ingratidão, se não nos comportarmos com seus filhos. Visto que Cristo nos purificou e nos lavou com o seu sangue, e nos comunicou está purificação pelo Batismo, é mister que não nos maculemos com nova impureza. Visto que ele nos uniu a si e nos enxertou em seu corpo, devemos zelosamente cuidar que não nos contaminemos de modo algum, já que somos seus membros. Visto que ele, que é a nossa Cabeça, subiu ao céu, é de toda conveniência que nos desfaçamos de todo apego às coisas terrenas, para aspirarmos de todo coração à vida celestial. Visto que o Espírito Santo nos consagrou para sermos templos ou santuários de Deus, é necessário que façamos tudo o que pudermos para que a glória de Deus seja exaltada em nós, e, por outro lado, para que não nos deixemos manchar por nenhuma forma de contaminação do pecado. Visto que a nossa alma e o nosso corpo foram destinados à imortalidade do reino de Deus e à incorruptível coroa da sua glória, é necessário que nos esforcemos para conservar alma e corpo puros e imaculados, até o dia Senhor.
Aí estão fundamentos verdadeiramente bons e próprios para que sobre eles edifiquemos a nossa vida. Não se vai encontrar nada parecido em todos os filósofos, porque eles nunca vão além dos limites da dignidade meramente natural do homem, quando procuram mostrar qual é o seu dever.
7. Mensagem aos cristãos nominais
Nesta altura devo dirigir a palavra àqueles que, não tendo nada de Cristo exceto o título, entretanto querem ser reconhecidos como cristãos. Que atrevimento deles, quererem gloriar-se em seu sacrossanto nome! Pois só têm relação de amizade com Cristo aqueles que o conhecem verdadeiramente mediante a Palavra do evangelho. Pois bem, o apóstolo Paulo nega que alguém possa receber o correto conhecimento de Cristo, a não ser aquele que aprendeu a despojar-se “do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano”, sendo então revestido do novo homem [Ef 4.20-24].
Vê-se, pois, que é baseados em ensinamentos falsos que esses tais dizem que conhecem a Cristo. E com isso lhe fazem grande injúria, por mais belas que sejam as suas palavras. Porque o evangelho não é uma doutrina de língua, mas de vida. E, diferentemente das outras disciplinas, não se apreende só pela mente e pela memória, mas deve envolver e dominar a alma e ter como sede e receptáculo as profundezas do coração. De outra forma, o evangelho não será recebido adequadamente como deve ser. Portanto, ou que tais cristãos nominais deixem de se gabar do que não são, com o que afrontam vergonhosamente a Deus, ou que tratem de mostrar que são discípulos de Cristo.
Demos o primeiro lugar à doutrina em matéria de religião, uma vez que constitui o princípio da nossa salvação. Mas, para que nos seja útil e frutífera, também é necessário que ela nos penetre o íntimo do coração e demonstre o seu poder em nossa vida, e que até mesmo nos transforme fazendo-nos conformes à sua própria natureza. Se os filósofos com razão ficam indignados contra aqueles que, declarando0se amantes da arte, a que eles chamam mestra da vida, contudo a convertem numa loquacidade sofística, muito maior razão temos nós para detestar os palradores que se contentam em ter o evangelho na boca, desprezando-o totalmente em sua maneira de viver! Pois a eficácia do evangelho deveria penetra as profundezas do coração e arraigar-se na alma, cem mil vezes mais que todas as exortações filosóficas, que, em comparação, não tem grande vigor!
8. Reconhecendo limitações, o cristão deve aspirar a perfeição requerida por Deus
Não exijo que a vida do cristão seja um evangelho puro e perfeito, embora o devamos desejar e esforçar-nos por esse ideal. Não exijo, pois, uma perfeição cristã de tal maneira estrita e rigorosa que me leve a não reconhecer como cristão a quem não tenham alcançado. Porque, se fosse assim, todos os homens do mundo seriam excluídos da igreja, visto que não se encontra nem um só que não esteja bem longe dela, por mais que tenha progredido. E a maioria ainda não avançou nada ou quase nada. Todavia, nem por isso os devemos rejeitar. Que fazer então?
Certamente devemos ter diante dos nossos olhos como nossa meta a perfeição que Deus ordena, para a qual todas as nossas ações devem ser canalizadas e à qual devemos visar. Repito: temos que nos esforçar para chegar à meta. Sim, pois não é lícito que compartilhemos com Deus apenas aceitando uma parte do que nos é ordenado em sua Palavra e deixando o restante a cargo da nossa fantasia. Porque Deus sempre nos recomenda, em primeiro lugar, integridade [Gn 17.1]. Com essa palavra ele se refere a uma pura singeleza e sinceridade de alma, destituída e limpa de toda fantasia ou ficção e contrária à dobrez do coração. Como, porém, enquanto estamos nesta prisão terrena, nenhum de nós tem a presteza necessária, e, na verdade a maior parte de nós é tão fraca e débil que vacila e coxeia pouco podendo avançar, prossigamos avante, cada um segundo a sua pequena capacidade, e não deixemos de seguir o caminho no qual começamos. Ninguém caminhará tão pobremente que não avance ao menos um pouco por dia, ganhando terreno.
Portanto, não cessamos de buscar a meta proposta, aproveitando constantemente os benefícios da vereda do Senhor. E não nos desanimemos, ainda que o nosso proveito seja diminuto. Mesmo que o nosso progresso não corresponda ao que imaginávamos, o esforço não foi totalmente perdido quando se vê que o dia de hoje supera o de ontem. Somente fixemos os nossos olhos na meta com pura e sincera simplicidade, e façamos todos os esforços possíveis para alcançá-la, sem acariciar o nosso ego com vã adulação nem desculpar os nossos erros morais. Esforcemos-nos sem cessar, empenhado em que cada dia sejamos melhores do que somos, até alcançarmos a bondade suprema, que devemos buscar durante toda a nossa vida. Perfeição que obteremos quando, despojados da fraqueza da nossa carne, seremos feitos plenamente partícipes dela, isto é, quando Deus nos acolher para vivermos para sempre em sua companhia.
9. Não somos nossos; somos do Senhor
[1541] Passemos agora à segunda parte. Embora Leis de Deus tenha, como tem, um excelente método e um arranjo bem ordenado com vistas à edificação da nossa vida, não obstante pareceu bem ao nosso bondoso Mestre celestial formar os seus por meio de uma doutrina mais sublime que a que nos é comunicada em sua Lei.
Então, o princípio dessa forma de instrução consiste em determinar que é dever dos crentes oferecerem seu corpo “por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, que constitui o culto legítimo que lhe devemos prestar [Rm 12.1]. Deste princípio decorre a exortação a que eles não se acomodem à imagem deste século, mas que sejam transformados pela renovação da sua mente, para buscar e experimentar a vontade de Deus. Temos aí já um importante motivo para dizer que somos pessoas consagradas e dedicadas a Deus para que não pensemos, nem meditemos, nem façamos coisa alguma que não seja para a sua glória. Porque não é lícito aplicar algo sagrado a uso profano. Ora, se nós não nos pertencemos, mas somos do Senhor, vê-se claramente o que devemos evitar para não errarmos, e para onde devemos canalizar todas as ações que praticarmos em nosso viver.
Não somos de nós mesmos; portanto, não permitamos que a nossa razão e a nossa vontade exerçam domínio sobre nossos propósitos e sobre nossas ações. Não somos de nós mesmos; portanto, não tenhamos como nosso objetivo buscar o que nós traz proveito à carne. Não somos de nós mesmos; esqueçamo-nos, pois, de nós mesmos, quando possível, e de tudo o que nos cerca.
E agora: nós somos do Senhor; vivamos e morramos por ele e para ele. Somos do Senhor; que a sua vontade e a sua sabedoria presidam a todas as nossas ações. Somos do Senhor; relacionemos todos os aspectos da nossa vida com ele como o nosso fim único. Ah, quão proveitoso será para o homem que, reconhecendo que não é dono de si, negue à sua razão o senhorio e o governo de si mesmo e o confie a Deus! Porque, assim como a pior praga, capaz de levar os homens à perdição e à reina, é se comprazerem a si mesmo, assim também o único e singular porto de salvação não está em o homem julgar-se sábio, como tampouco em querer nada de sua vontade própria, mas em seguir unicamente ao Senhor [Rm 14.7,8].
10. Passos da vida cristã e do serviço a Deus
O primeiro passo é, pois, que nos afastemos de nós mesmos a fim de aplicarmos todas as forças da nossa mente ao serviço de Deus. Chamo serviço não somente o que consiste na obediência à Palavra de Deus, mas também aquele pelo qual o entendimento do homem, despojado dos seus próprios sentimentos, converte-se inteiramente e se sujeita ao Espírito de Deus. Essa transformação, que o apostolo Paulo chama renovação da mente [Rm 12.1, ver também Ef 4.22-24], tem sido ignorada por todos os filósofos, apenas de constituir o primeiro ponto de acesso à vida. Eles ensinam que somente a razão deve reger e dirigir o homem, e pensam que só a ela devemos ouvir e seguir; com isso, atribuem unicamente à razão o governo da vida. Por outro lado, a filosofia cristã pretende que a razão ceda e se afaste, para dar lugar ao Espírito Santo, e que por ele seja subjugada e conduzida, de modo que já não seja o homem que viva, mas que, tendo sofrido com Cristo, nele Cristo viva e reine [Gl 2.19,20].
11. Buscar não o que nos agrada, mas o que agrada e glorifica Deus
Disso decorre a segunda parte de que falamos, que não busquemos as coisas que nos agradam, mas as que agradam a Deus e que se prestam para exaltar a sua glória.
Temos aqui também uma grande virtude, no sentido de que, praticamente nos esquecemos de nós mesmos, ou ao menos procurando não nos preocupar com nós mesmos, apliquemos e dediquemos com fidelidade nossos diligentes esforços para seguir a Deus e obedecer aos seus mandamentos. Porque, quando a Escritura nos proíbe preocupar-nos particularmente com nós mesmos, não somente elimina do nosso coração a avareza, a ambição de poder e de receber grandes honras e alianças impróprias, mas também quer extirpar de nós toda ambição e apetite de glória humana, e outros males ocultos. É, pois, necessário que o cristão se disponha de tal maneira a que todo o seu pensamento se dirija às boas relações que deve manter com Deus a vida toda. Seja esta a sua preocupação: consciente de que terá que prestar contas de todas as suas obras a deus, dirigirá a ele todas as suas intenções e nele as manterá fixas.
Uma razão disso é que todo aquele que tem Deus em sua mente em todas as obras que pratica facilmente evita que o seu espírito se deixe levar por pensamentos e projetos vãos. Refiro-me à abnegação ou à renúncia de nós mesmos que Cristo com tanto empenho e zelo exige [Mt 16.24] de todos os seus discípulos, como sua primeira aprendizagem. Então, uma vez ocupado nesse exercício o coração do homem, logo são exterminados dele o orgulho, a arrogância e a ostentação, como também a avareza, a intemperança, a superfluidade e a busca de prazeres, juntamente com todos os demais vícios e males gerados pelo amor a nós mesmos.
Por outro lado, onde não reina este espírito de abnegação, ou o homem se extravasa em todo tipo de vilania sem o menor pudor, ou, caso haja alguma aparência de virtude, esta é corrompida por uma pecaminosa cobiça de glória. Pois que me mostrem um homem que exerce benignidade gratuitamente, se não renunciou a si mesmo, segundo o mandamento do Senhor. Porque aqueles que não se deixam levar por essa cobiça, no mínimo seguem a virtude com vistas a receberem louvor. Mesmo os filósofos que têm lutado para mostrar que se deve buscar a virtude por amor de virtude, de tal maneira se têm inflado de orgulho que se vê que não desejam a virtude por outro senão o de terem com isso motivo para orgulhar-se.
Pois bem, nem os ambiciosos que buscam glória mundana nem os que se enchem de presunção interior agradam a Deus, tanto assim que ele declara contra os primeiros que já receberam sua recompensa neste mundo, e contra os últimos, que estão mais longe do reino de Deus que os publicanos e os devassos. Contudo, ainda não demonstramos com suficiente clareza quantas coisas impedem o homem que não se negou a si mesmo de se dedica à real prática do bem. Os antigos já diziam com razão que há um mundo de vícios ocultos na alma do homem. E não encontraremos remédio para isso, a não ser que, renunciando ou negando a nós mesmos e deixando de buscar o que nos agrada, impulsionemos e dediquemos o nosso entendimento a buscar as coisas que Deus exige de nós, e a buscá-las unicamente porque lhe são agradáveis.
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Autor: João Calvino
Fonte: As Institutas da Religião Cristã, edição especial, ed. Cultura Cristã, Vol 4, pg 177-186.
Um comentário:
Excelente conteúdo do Teólogo dos Teólogos, parabens! http://ayjalon.blogspot.com/
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